quinta-feira, 23 de outubro de 2008

Suicídio: Eis a questão!


Qual o limite de cada um? Até que ponto suportamos ser “testados”? Em que momento acordar todos os dias e enfrentar todos os mesmos problemas é o melhor?

Nem sempre a vida é justa, não é porque você tem todos os motivos para ser feliz que você obrigatoriamente é. Até porque, o que é felicidade? É acordar todos os dias com animo e bom humor para cumprir todas as tarefas e ainda ajudar os outros?

A felicidade nos é cobrada, ou melhor, nos é imposta. Você precisa ser feliz, caso contrário você não faz parte dos “normais” deste mundo. Ostentar um sorriso, externar felicidade, mostrar a todo o mundo que sua vida é perfeita. Conceitos que não fecham com a dia-a-dia de ninguém no mundo. Mas ninguém é suficientemente corajoso para admitir que não está feliz, ninguém quer ficar de fora no grupo.

Ninguém entende o valor de uma tristeza, a beleza de uma melancolia, o prazer dos momentos sozinhos. Todos precisam sempre estar fazendo alguma coisa, ficar em casa deixou de ser uma opção para tornar-se uma perda de tempo, um tempo que você poderia estar fazendo algo útil, um tempo que você poderia estar consumindo.

Quem se cansa de participar desse jogo de falsidades ou escreve um livro para desabafar todas as duas constatações e virar um bestseller onde todos se identificam ou busca o alivio imediato, o suicídio.

Há temas que sempre são questões polêmicas, não importa a época ou a ocasião nunca se sabe como abordar o assunto ou não abordar. É melhor esclarecer ou fingir que não aconteceu, para evitar futuros companheiros de causa?

O suicídio é umas dessas questões onde até divulgar o perfil torna-se complicado, pois pode ser interpretado com uma forma de conscientizar ou causar identificação com quem acha que tem motivos para acabar com a vida. A taxa de suicídios é também influenciada pela cobertura da mídia em torno do suicídio de pessoas célebres. Mesmo o suicídio fictício de um personagem de um drama popular pode conduzir a uma alta temporária da taxa de suicídios.

O termo suicídio foi utilizado pela primeira vez em 1737 por Desfontaines. O significado tem origem no latim, na junção das palavras sui (si mesmo) e caederes (ação de matar). Esta conotação especifica a morte intencional ou auto-infligida. Num aspecto geral, o suicídio é um ato voluntário por qual um indivíduo possui a intenção e provoca a própria morte. Pode ser realizado através de atos, tiro, envenenamento ou enforcamento ou por omissão, recusa em alimentar-se, por exemplo.

Encarado muitas vezes como uma atitude covarde por parte de quem comete, ao ver merece até alguns elogios, afinal, ter coragem de acabar com a própria vida, tomar uma atitude que será a última na sua vida e que será a única que você não poderá voltar e ter uma segunda chance para errar novamente é, no mínimo, uma atitude corajosa.

O presença do fracasso nos acompanha em casa passo, um fantasma que nos segue com a mão em nosso ombro e que nos assombra em todas as decisões. Há quem mate ao fantasma e há quem se torna o fantasma.