A última dele foi esconder-se entre as minhas roupas. Estava lá, em meio a blusinhas, calças jeans, saias, vestidos, algumas coisas limpas e outras sujas, tudo dentro de um armário que estava fechado e iluminado pela luz da quinta-feira. Dia em que todas as reviravoltas acontecem, o dia em que sempre acontece algo.
Ele já fizera outras tantas vezes essa brincadeira, a primeira, foi a uns dois anos, logo que ele começou a fazer parte da minha vida. Ele sumiu durante vários instantes, que para mim pareceram horas, tamanha a minha preocupação e aflição em encontrá-lo na casa imensa, com tantos cômodos, tantos móveis, tantos lugares possíveis para um esconderijo.
Depois de um tempo correndo de lá para cá, encontro-o sob os cobertores da minha cama. É claro, como não havia de estar lá, provavelmente durante a noite, eu, meio inconsciente, acabará levando-o para junto de mim.
Ao longo de nossa convivência, que começou um dia antes de meu aniversário de 17 anos, em dezembro de 2004, isso repetiu-se com freqüência. Não só com relação a dormirmos juntos, mas a comermos lado a lado e até viajarmos e gastarmos fortunas. Nunca fui a nenhum lugar sem ele. Até no banho ele era minha companhia. E durante todo o longo ano que morei sozinha ele estava lá. Sempre.
Era um elo de ligação, um contato direto com a família e os amigos. Ele sempre sabia onde todos estavam, em qualquer hora. E como me ajudou a lembrar de minha tarefas, meus trabalhos da faculdade, minhas idas ao dentista e outras tantas coisas que fiz durante esses quase três anos.
Foram muitas mudanças, tanto de personalidades quanto de atitudes. Começar a faculdade, trocar de cidade, morar com os tios, depois com a família novamente, começar a trabalhar, morar sozinhas, sair, voltar a viver com a família, começar a morar com as amigas, trocar de emprego, brigar com umas das meninas com que morava e se mudar com as outras duas e até, foi uma delas, que o encontrou naquela quinta-feira, que o sol iluminava o armário.
E foi no sábado chuvoso, dois dias depois, que ele foi deixado de lado, sua alma continua comigo, habitando outro corpo, realizando muito mas funções do que realizava antes. Mas é de seu corpo que eu sei que sentirei falta. A sua luz nunca mais iluminará minha escuridão, ele não mais me ajudará a encontrar coisas perdidas na bolsa ou o buraco na fechadura. Não estará lá para subir escadas sem luz ou iluminar páginas e páginas de livros que lia embaixo do edredom. Continuarei a vida sem ele ao meu lado, mas lembrar-me-ei para sempre de sua existência. Meu Nokia 1100 permanecerá para sempre guardado entre meus pertences, na gaveta de lembranças, fazendo parte do meu passado.
Ele já fizera outras tantas vezes essa brincadeira, a primeira, foi a uns dois anos, logo que ele começou a fazer parte da minha vida. Ele sumiu durante vários instantes, que para mim pareceram horas, tamanha a minha preocupação e aflição em encontrá-lo na casa imensa, com tantos cômodos, tantos móveis, tantos lugares possíveis para um esconderijo.
Depois de um tempo correndo de lá para cá, encontro-o sob os cobertores da minha cama. É claro, como não havia de estar lá, provavelmente durante a noite, eu, meio inconsciente, acabará levando-o para junto de mim.
Ao longo de nossa convivência, que começou um dia antes de meu aniversário de 17 anos, em dezembro de 2004, isso repetiu-se com freqüência. Não só com relação a dormirmos juntos, mas a comermos lado a lado e até viajarmos e gastarmos fortunas. Nunca fui a nenhum lugar sem ele. Até no banho ele era minha companhia. E durante todo o longo ano que morei sozinha ele estava lá. Sempre.
Era um elo de ligação, um contato direto com a família e os amigos. Ele sempre sabia onde todos estavam, em qualquer hora. E como me ajudou a lembrar de minha tarefas, meus trabalhos da faculdade, minhas idas ao dentista e outras tantas coisas que fiz durante esses quase três anos.
Foram muitas mudanças, tanto de personalidades quanto de atitudes. Começar a faculdade, trocar de cidade, morar com os tios, depois com a família novamente, começar a trabalhar, morar sozinhas, sair, voltar a viver com a família, começar a morar com as amigas, trocar de emprego, brigar com umas das meninas com que morava e se mudar com as outras duas e até, foi uma delas, que o encontrou naquela quinta-feira, que o sol iluminava o armário.
E foi no sábado chuvoso, dois dias depois, que ele foi deixado de lado, sua alma continua comigo, habitando outro corpo, realizando muito mas funções do que realizava antes. Mas é de seu corpo que eu sei que sentirei falta. A sua luz nunca mais iluminará minha escuridão, ele não mais me ajudará a encontrar coisas perdidas na bolsa ou o buraco na fechadura. Não estará lá para subir escadas sem luz ou iluminar páginas e páginas de livros que lia embaixo do edredom. Continuarei a vida sem ele ao meu lado, mas lembrar-me-ei para sempre de sua existência. Meu Nokia 1100 permanecerá para sempre guardado entre meus pertences, na gaveta de lembranças, fazendo parte do meu passado.
11 comentários:
Eu tenho medo de certas tecnologias. Justamente por sentimentos de afeto a máquinas que sabemos que serão trocadas. Tenho medo de desenvolver carinho pelos eletrônicos. Por isso que não tenho celular. De toda a forma, um adeus com trompas celestiais ao Nokia 1100, que ele seja feliz em outro cobertor.
Que a paz esteja com ele. Amém!
Nossa Lai... muito bom, bom mesmo..
nunca que eu ia dizer que era um celular o qual estava escondido em meio a roupas limpas e sujas.
mas agora eu me pergunto, o que será de você sem aquele celular?????
;O
uehueahea
bjo
eu adivinhei o que era na primeira frase...talvez porque quem o encontrou naquela quinta-feira tenha sido eu... e como demorei para localíza-lo...ouvia apenas um piiipiiipiiipiii, e quando me dei conta percebi que vinha das profundidades do grada roupa...mas quando eu digo profundidade quero deizer PROFUNDIDADE mesmo...
sahsuahsiahsiashas
tbém senrtirei a falta dele, não tanto como sinto do nosso amado BIC, mas sentirei!
asahsiuahsiausahsiashas
te adoro lai!!!
;***
A vida com laiane. Pense na seguinte questão, e seu celular falasse? Tu tava lascada neh, convivendo a tanto tempo assim contigo, deve ter visto e ouvido cada coisaaa uhaauhuaa...Seria um bom memorando dos anos da faculdade uhauahu Muito bom o texto:)
Pobre Nókia 1100.... O primo distante do Emenegildo se foi!
Nanaanana.... Calma amiga, não chore... Ele foi para um lugar bem melhor!
rsrsrsrsrsrsrsrs....
Pobre Nókia 1100.... O primo distante do Emenegildo se foi!
Nanaanana.... Calma amiga, não chore... Ele foi para um lugar bem melhor!
rsrsrsrsrsrsrsrs....
Que pena. Apesar de ele regular com a minha avó, eu curtia ele...ele é o unico no mundo mundial inteiro que ilumina as nossas vidas...Triste. Guarde ele com muito carinho. E, sempre que eu for na sua casa, quero cumprimenta-lo, afinal, ele sempre foi fiel a voce...Inclusive agora, voce com um aparelho novo, mas ele continua ali, guardado na gaveta, esperando q vc lembre dele. Esse é o verdadeiro amor. Beijos.
Hahahah, eu tmb descobri logo nas primeiras palavras......mto legal o texto, mas quanto amor por esse objeto ...nossa...
bjos Lai :)
ehehehe...
muito bom o texto mesmo... gostei.
acho que vc deveria mandar ele para o pessoal da nokia. Com certeza eles ficariam felizes em saber da tamanha satisfação que um 1100 proporcionou a um de seus consumidores... eheheheheheheheheheh
e olha... eu tive um 1100 tbm, eh muito bom mesmo, aquela lanterninha... eh mais util que o cinturão do batmam.
bjo
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